Diferenças entre Intolerância e Alergia Alimentar

Diferenças entre Intolerância e Alergia Alimentar

Ser obrigado a reduzir a ingestão em um alimento ou a cortá-lo de vez do cardápio vem se tornando uma realidade para cada vez mais gente. Na última década, os casos de alergia alimentar subiram cerca de 18% nos Estados Unidos.

E a intolerância parece seguir o mesmo rumo: estima-se que, hoje, um em cada dez americanos tem reações adversas à lactose, o açúcar do leite.

Embora no Brasil não existam estatísticas a respeito, observa-se um aumento na incidência de ambos os problemas. Motivo de sobra para entender a diferença entre eles e tentar reconhecer seus sinais e sintomas.

O que é Alergia Alimentar?

Na alergia, o organismo identifica erroneamente proteínas específicas de um alimento como ameaças. Em resposta, o sistema imunológico envia células de defesa para eliminá-las, iniciando uma reação inflamatória, que ao invés de proteger, agride o corpo.

Os sintomas podem surgir minutos ou horas após a ingestão e envolver diferentes sistemas do organismo, causando sintomas como: inchaço nos lábios, coceira, tosse, falta de ar, diarreia e até reações mais graves como o choque anafilático.

Mesmo que a resposta alérgica tenha sido leve em um primeiro episódio, não há garantias de que será assim em uma próxima exposição. Por isso, é fundamental procurar um médico e realizar uma investigação adequada e, se necessário, eliminar o alimento causador da alergia de forma segura e orientada.

O que é Intolerância Alimentar?

A intolerância alimentar é um distúrbio totalmente diferente da alergia — começando pela causa.

O problema pode estar na falta ou deficiência de enzimas responsáveis por digerir determinados nutrientes. Um exemplo clássico é a intolerância à lactose: na ausência da enzima lactase, o açúcar do leite não é digerido corretamente, acumulando-se no intestino e provocando sintomas como inchaço, gases, cólicas e diarreia.

Também existem as intolerâncias alimentares não mediadas por IgE (ou seja, não alérgicas e mediadas por IgG), que causam sintomas gastrointestinais e outros inespecíficos, como enxaqueca, cansaço, dificuldade para emagrecer e acne.

Os sintomas podem surgir horas ou dias após o consumo. Na maioria dos casos, o organismo consegue tolerar pequenas quantidades do alimento — especialmente quando há acompanhamento médico e estratégias específicas, como o uso de enzimas suplementares.

Embora diferentes, alergia e intolerância alimentar compartilham um ponto em comum: com atenção à alimentação e suporte profissional, é possível controlar os sintomas e manter qualidade de vida.

Diagnóstico

Para alergias alimentares, o diagnóstico é feito com base na história clínica, avaliação dos sintomas e exames específicos, como: dosagem de IgE específica , testes cutâneos, testes de provocação oral, realizados com supervisão médica.

Já as intolerâncias alimentares, são identificadas por meio de testes de tolerância alimentar, teste de hidrogênio expirado, exames de sangue, exames genéticos, dietas de exclusão e reintrodução controlada, sob orientação médica.

Tratamento

O tratamento das reações alérgicas exige a retirada total do alimento desencadeante, além de cuidados com contaminação cruzada. Em casos graves, o paciente pode precisar de adrenalina injetável como medida de segurança.

O tratamento das intolerâncias pode permitir o consumo do alimento em pequenas quantidades, especialmente quando associado ao uso de enzimas digestivas (como a lactase). Porém no caso de intolerâncias IgG-mediadas, devemos retirar o alimento do consumo diário por algumas semanas, e reintroduzí-lo lentamente, avaliando o retorno ou não dos sintomas.

Conclusão

Em ambos os casos, o acompanhamento médico é fundamental para garantir segurança nutricional, prevenir deficiências e melhorar a qualidade de vida do paciente. Cada organismo é único, e a personalização do plano alimentar faz toda a diferença.

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